quarta-feira, 7 de maio de 2008

A MÚSICA NO CINEMA: COMPOSITORES - PARTE II

Quando ousei atender ao pedido de Venâncio Pinheiro, para escrever sobre músicas no cinema, nem de longe imaginava onde estava me metendo. Mas agora que estou dentro vou até o fim. Para falar a verdade meu conhecimento sobre o assunto é de uma "pobreza franciscana". O detalhe é que eu queria escrever sobre "música", mas, aqui posso usar a velha e batida máxima, "não se fala da cria sem citar o criador". E, em se tratando de "A Música no Cinema" é a mais pura verdade.

Inicio este capítulo com Bernard Hermann (1911-1975), que também assinou a partitura de O Egípcio (The Egyptian, 1953). Importante colaborador de Alfred Hitchcock deixou sua marca, indelével, na música do cinema com Psicose (Psycho, 1961). As cenas do assassinato de Janet Leigh, no banheiro, acompanhada pela música, são uma das maiores expressões das artes cinematográficas. Depois de compor as trilhas para Cidadão Kane (citzen Kane, 1941), e As Neves do Kilimanjaro (The Snows of Kilimanjaro, 1953), O Dia em Que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, 1951), Hermann caiu na "graça" de Hitchcock e compôs O Homem que Sabia Demais (The Man Who Knew Too Much,1957), onde faz uma ponta como o maestro, O Homem Errado, (The Wrong Man, 1958), e Um Corpo Que Cai (Vertigo, 1959), Intriga Internacional (North by Northwest, 1959), e Os Pássaros (The Birds, 1963). Compôs também a Trilha de Fahrenheit 451 (1966), para François Trufaut.

Elmer Bernstein (1922-2004): um "cobra" em músicas para o faroeste - que também citarei no futuro. Colaborador de muitos dos grandes cineastas de Hollywood, vou registrar Os Dez Mandamentos (The Ten Commandments, 1956), O Sol é Para Todos (To Kill a Mockingbird, 1962), Fugindo do Inferno (The Great Escape, 1963).

Dimitri Tiomkin (1899-1979) foi outro "fera" na música de cinema. Especialmente em músicas para filmes de faroeste. Mas, como já disse, eu conto a história em um capítulo à parte. Citarei aqui apenas A Felicidade Não se Compra (It's a Wonderful Life, 1946), Pacto Sinistro (Strangers on a Train, 1951), Assim Caminha a Humanidade (Giant, 1956), Os Canhões de Navarone (The Guns of Navarone, 1961), 55 Dias em Pequim (55 Days at Peking, 1963) e A Queda do Império Romano (The Fall of the Roman Empire, 1964).

Georges Delerue (1925-1992) foi o "Ás" das trilhas do cinema francês nos anos 50 e 60. Para se ter uma idéia, de Le Mystère du quai de Conti, em 1950, até Anne of the Thousand Days, em 1969, foram 133 trabalhos para o cinema e a televisão. Colaborou com Jean Reynaud, Louis-Emile Galey, René Rouy, Guy Loriquet, Henri Fabiani, Pierre Kast, entre outros grandes da escola de cinema francesa, até chegar a François Truffaut em Uma Mulher Para Dois (Jules et Jim, 1961). Fez a trilha de O Desprezo (Le Mépris, 1963), O Homem que Não Vendeu Sua Alma (A Man for All Seasons, 1966) e, mais recentemente, o encontramos colaborando com Oliver Stone em Platoon (idem, 1986). Em 1979 recebeu um Oscar por Um Pequeno Roamance (A Little Romance).

Les Baxter (1922-1996) musicou para o diretor Roger Calman, The Fall of the House of Usher,1960, A Manssão do Terror (The Pit and the Pendulum, 1961), Muralhas do Pavor (Tales of Terror, 1962), The Raven, 1963, e outras "assombrações". Foi um especialista em músicas paras filmes de terror.

Joseph Kosma (1905-1969) musicou A Besta Humana (La Bête Humaine, 1938) e, junto com Roger Désormières (1898-1963) adaptou as composições de Mozart, Chopin, Monsigny, Pierre-Alexandre, Straub e Camille Saint-Saëns, para o filme A Regra do Jogo (La Règle du Jeu, 1939). Também trabalhou para Marcel Carné, Paul Grimault, Raymond Bernard, entre outros.

Do lado Oriental eu posso citar a competência de Ryuichi Sakamoto (1952-). Despontou em Furyo - Em Nome da Honra (Merry Christmas, Mr. Lawrence, 1983), onde fez uma participação soberba, como o capitão Yonoi, comandante do campo japonês de prisioneiros. Compôs para O Último Imperador (The Last Emperor, 1987), e O Pequeno Buda (Little Buddha, 1993). Usando um som sintetizado em suas músicas, Sakamoto - extremamente fiel às suas origens - manda seu recado, dizendo não ser apenas, mais um compositor de cinema...

Para concluir o assunto eu vou relembrar mais quatro compositores. O primeiro é Popol Vuh (?-?), que musicou filmes para o diretor Werner Herzong: Aguirre - A Cólera dos Deuses (Aguirre, der Zorn Gottes, 1972), Nosferatu (Nosferatu: Phantom der Nacht, 1979) e Fitzcarraldo (idem, 1982).

Jerry Goldsmith (1929-2004) fez as trilhas de O Planeta dos Macacos (Planet of the Apes, 1968), Papillon (idem, 1973), Tora Tora Tora (idem, 1970), Chinatown (idem, 1974), e No Limite da Realidade (Twilight Zone: The Movie, 1983).

O cineasta Steven Spielberg levou John Williams (1932-) para musicar a grande maioria dos seus filmes: Tubarão (Jaws, 1975), Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, 1981), E.T.- O Extraterrestre (E.T.- the Extra-Terrestrial, 1982), Indiana Jones e O Templo da Perdição (Indiana Jones and the Temple of Doom, 1984), Império do Sol (Empire of the Sun, 1987), Indiana Jones e A Última Cruzada (Indiana Jones and the Last Crusade, 1989) e O Parque dos Dinossauros (Jurassic Park, 1993). George Lucas pegou carona e o convidou para compor as músicas de Guerra nas Estrelas (Star Wars,1977). Fez também as trilhas de A Batalha de Midway (Midway, 1976), Super-Homem, O Filme (Superman, the Movie, 1978), e Nascido em 4 de Julho (Born on the Fourth of July, 1989).

Trevor Jones (1949-) compôs as trilhas de Excalibur (1981), Coração Satânico (Angel Heart, 1987), Mississipi em Chamas (Mississipi Burning, 1988), Vítimas de uma Paixão (Sea of Love, 1989), O Último dos Moicanos (The Last of the Mohicans, 1992), e Em Nome do Pai (In the Name of the Father, 1993).

Nenhum comentário: