quarta-feira, 7 de maio de 2008

POR QUE NÂO VEJO A FESTA DE ENTREGA DO OSCAR







Há muito eu não vejo uma festa de entrega do Oscar. A meu ver parece mais penteado de aeromoça: é sempre a mesma coisa. Os homens de smoking - considero uma vestimenta ridícula e desconfortante. Se for necessário paletó ou smoking, para se entrar no céu, o inferno me espera! - e as mulheres de vestidos habitualmente iguais a dos anos anteriores. Só mudam a cor e o costureiro. Sem falar no penteado "troncho" da mulher americana, que as brasileiras já imitam. Aliás, brasileiro adora imitar americano, exceto no desejo de transformar este país em uma grande nação.

Alguém já deu entender que "as maiores interpretações cênicas são soberbas", naquela noite festiva. A mulherada, com seu talento nato - chamamos comumente de fingimento -dá um banho nos homens.

Foi criado, para a ocasião, um papel "divinamente" imbecil, que é revezado, a cada ano, entre Whoopi Goldberg e Billy Crystal, contando piadas americanas para americanos. Ou seja: só eles as entendem. Os fraquíssimos tradutores globais, que não chegam a calçar as alpercatas dos de canais de TV protestantes, entram em parafuso tentando acompanhar, simultaneamente a tradução literal. Geralmente dizem a última frase inteira, deixando o telespectador com um sorriso idiota. Principalmente se ele estiver com visita na sala, de cultura medíocre, para o tal "entendido de cinema" exibir o seu falso "ingrês".

Desde 1998 que eu vejo o Oscar na fita de vídeo de um amigo. Usando uma expressão vulgar, eu diria que não tenho "saco" para ouvir aquelas maçantes músicas que concorrem ao prêmio de melhor, na categoria.Quando há uma indicação a um filme brasileiro, cria-se um verdadeiro desastre emocional em todas as tabas. A TV Globo inflama e a torcida tupiniquim entra em delírio coletivo, acreditando que aqui se faz cinema com qualida a concorrer ao prêmio americano. Que, diga-se de passagem, é uma festa americana para premiar o melhor do "cinema americano"! Um ou outro, da comunidade britânica, se naquele momento houver interesses extra-Oscar, em jogo.

Outro ponto polêmico é sobre quem ganha os prêmios. Eu diria que alguns são, para mim, duvidosos. Sinto que há um flagrante jogo de "cartas marcadas", para premiar esse ou aquele filme. Alguns diretores já perceberam que filmar história dizendo que judeu é bonzinho, vítima do anti-semitismo ocidental secular, leva a estatueta! Steven Spielberg havia feito obras que ficaram marcadas na História do Cinema: Encurralado (Duel, 1971), Louca Escapada (The Sugarland Express, 1974), Tubarão (Jaws, 1975), Contatos Imediatos de Terceiro Grau (Close Encounters of the Third Kind, 1977), 1941-Uma Guerra Muito Louca (1941, 1979), E.T. o Extraterrestre (E.T. The Extra-Terrestrial, 1982), A Cor Púrpura (The Color Purple, 1985), Império do Sol (Empire of the Sun, 1987) - citando os de minha preferência. No dia em que atacou de A Lista de Schindler (Schindle's List, 1993), levou seis estatuetas para enfeitar a penteadeira de sua mulher, em casa. Os críticos de cinema, brasileiros, consideraram a "Oitava Maravilha do Mundo".O que vejo do Oscar, na fita do amigo, é "In Memoriam" e alguma homenagem ao cinema antigo. Quem ganhou, ou deixou de ganhar, não me interessa.

Críticos, que acreditam só eles saberem de cinema - comentam a Festa para a TV. Em 1994 Rubens Ewald Filho, convidado pelo SBT, naquela noite, disse que o Rei Leão (The Lion King), de Roger Allens e Rob Minkoff, era "apenas um desenhozinho para criança". Arnaldo Jabor, convidado da TV Globo, em 1997, disse que Robin Williams, era "um canastrão" que não merecia um Oscar. Incontinente, desliguei a TV e nem vi o rapaz ganhar e agradecer o prêmio. Ora, um crítico da qualidade e competência de Rubens Ewald Filho, não pode, não deve e não tem o direito de tentar nos empurrar goela abaixo, e que todo "zé-ninguém" sabe que foi um filme foi baseado numa obra de Shakespeare, seja apenas "um desenhozinho". Quanto ao débil julgamento sobre a arte de Robin Williams, sem comentários.

Isso e muito mais tem me mantido afastado da Festa do Oscar. E, pelo andar da carruagem, me manterá, possivelmente, para sempre. Prefiro ir dormir...

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