quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

CO-ESTRELANDO... JACK ELAM

Usando uma expressão da minha terra eu diria que John Wayne “escapou fedendo” das mãos de Jack Elam no filme Os Comancheros (The Comancheros/1961), de Michael Curtiz. A sua personagem, um “comanchero” chamado de “Horseface” (Cara de cavalo), era tão ruim quanto precisão em casa de pobre. Foi ele quem abriu o baú de armas que Wayne transportava e tentou experimentar um dos rifles apontando-o para o “duque”. Nosso herói foi salvo pelo toque do "gongo" de Michael Ansara. Depois, Wayne e Elam trabalharam juntos em mais um filme: Rio Lobo (1970), de Howard Hawks.

William Scott Elam nasceu a 13 de novembro de 1920, em Miami, Gila, Arizona, Estados Unidos da América. Formou-se em contabilidade e foi para Hollywood trabalhar como auditor contábil em produtoras de filmes.

Em 1944 foi convidado a fazer uma ponta no filme Trailin' West/de George Templeton. E não parou mais. Na maioria dos filmes nem falava. Dava, apenas, aquele sorriso assustador - aliás, sua aparência era assustadora: vesgo, magro, 1, 83m, andar arqueado e a barba por fazer. Registrou 201 filmes em sua filmografia. Dentre eles “O CORREIO DO INFERNO” (Rawhide/1951), de Henry Hathaway; “O DIABO FEITO MULHER” (Rancho Notorious/1952), de Fritz Lang, "A REVOLTA DOS PELE-VERMELHAS" (The Battle at Apache Pass/1952), de George Sherman, “MATAR OU MORRER” (High Noon/1952), de Fred Zinnemann, "REGIÃO DO ÓDIO (The Far Country/1954), de Anthony Mann, “VERA CRUZ” (1954), de Robert Aldrich, “HOMEM SEM RUMO” (Man Without a Star/1954), de King Vidor, “UM CERTO CAPITÃO LOCKHART” (The Man from Laramie /1955), de Anthony Mann, “AO DESPERTAR DA PAIXÃO” (Jubal/1956), de Delmer Daves, “SEM LEI E SEM ALMA (Gunfight at the O.K. Corral/1955), de John Sturges, “O ÚLTIMO POR DO SOL” (The Last Sunset/1961), de Robert Aldrich, entre tantos outros. Ainda atuou em seriados e fez trabalhos para a TV. Sam Peckinpah o levou para o seu clássico "PAT GARRETT E BILLY THE KID" (Pat Garrett & Billy the Kid/1973), onde foi assassinado por Kid (Kris Kristofferson) em um covarde duelo.

Elam nos deixou em 20 Outubro de 2003. Faleceu na cidade americana de Ashland, no Oregon. É com ele uma cena memorável da ”tela grande”: seu duelo com uma mosca. Isso mesmo, uma mosca! - “ERA UMA VEZ NO OESTE” (C'era una volta il West/1968), de Sergio Leone. Reza a lenda que para gravá-la o diretor mandou untar o rosto do ator com mel para que o inseto pudesse rodeá-lo. Deu certo. (CB)

NOTA: a expressão “comanchero” era usada para aqueles traficantes que vendiam armas aos índios.

Um comentário:

Faroeste disse...

Jack Elan!!!
Jesus! Quantos filmes eu vi com este ator atuando, sempre como como um convencido vilão. Quantos. Normalmente entrava e saia mudo da fita e sempre com uma ou mais balas na carcaça, em tipos que sua caracteristica fisica lhe deu quase que exclusivamente para atuar como bandido. E bandido de respeito, bandido que convencia como bandido.
Mas ele fez dua comédias. E ambas de faroestes, e também, ambas com James Garner. Foram; Uma Cidade Contra Um Xerife e Látigo, O Pistoleiro, onde mostra que se tivesse obtido outras oportunidades na tela senão vilão, teria se saído muito bem. Em Látigo ele está ótimo como o parceiro de Gardner. Fantasticamente comico e convincente. Mas Elan fez outros filmes com melhores papeis. Isto a cada vez que descobriam que ele não merecia apenas aparecer na tela, receber um tiro e morrer.
Um grande vilão e um bom ator, que nos deixou em 2003.