segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

BEN-HUR ***** 0071

BEN-HUR/1959/USA/Aventura
DIREÇÃO: William Wyler (1902–1981)
ROTEIRO: Karl Tunberg (1909–1992)
NOVELA: Lew Wallace (1827–1905)
PRODUÇÃO: Sam Zimbalist (1904–1958), J.J. Cohn (1895–1996) e William Wyler para a Warner Bros
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Sol C. Siegel (1903–1982) e Joseph Vogel.
MÚSICA: Miklós Rózsa (1907–1995) - como Miklos Rozsa
FOTOGRAFIA: Robert Surtees (1906–1985) - como Robert L. Surtees
ESTREIA: 18 de novembro de 1959 em Nova Yorque (USA)

ELENCO: Charlton Heston (1923–2008)- Judah Ben-Hur; Jack Hawkins (1910–1973) - Quintus Arrius, Haya Harareet - Esther, Stephen Boyd (1931–1977) - Messala, Hugh Griffith (1912–1980) - Sheik Ilderim, Martha Scott (1912–2003) - Miriam, Cathy O'Donnell (1923–1970) - Tirzah, Sam Jaffe (1891–1984) - Simonides, Finlay Currie (1878–1968) - Baltasar, Frank Thring (1926–1994) - Pôncio Pilatos, Terence Longdon (1922–2011) - Drusus, George Relph (1888–1960) - Tibério César, André Morell (1909–1978) - Sextus.

Recentemente comprei uma cópia de Bem-Hur. Eu desejava assisti-lo ontem, Dia do Natal.

A primeira vez que vi Bem-Hur foi em 1974 na panorâmica tela do extinto Cine Panorama - hoje reduzido a uma dessas igrejas mercantilistas pseudo-cristã - no Bairro das Rocas. Meus olhos brilharam com a épica história de um milionário judeu - contemporâneo de Jesus – que vive em Jerusalém. Um dia é traído por um amigo romano. Amigo romano... Depois de passar anos como prisioneiro, servindo em umas das galés romanas, salva seu comandante durante uma guerra, no mar Mediterrâneo, contra os macedônios. O general, em gratidão, o faz filho adotivo e herdeiro de toda a sua fortuna. Ben-Hur volta à Jerusalém para sua vingança. Mas, seus caminhos estão intimamente ligados aos do “Salvador”. E tudo muda em sua vida e da sua família.


A fotografia de Ben-Hur é linda. A paisagem, o rico elenco, a grandiosidade do cenário, e o roteiro de Karl Tunberg - baseado numa novela escrita pelo político, e militar, norte-americano, Lew Wallace - que é muito controverso. Ele mesmo, certa vez afirmou que a amizade entre o judeu Judah Bem-Hur e o romano Messala era mais que uma simples “amizade”. Charlton Heston ficou indignado ao saber que seu personagem era um possível homossexual. Mas, as cenas do encontro entre os dois – depois de anos afastados – mostram que existe, sim, algo além... Ao se verem, um corre ao encontro do outro e se abraçam efusivamente. E um fortíssimo aperto de braços; e os olhares, e, por fim, as falas:


Messala - Eu disse que voltaria.


Ben-Hur - Nunca achei que o faria. Estou tão feliz.


Messala - Olhe para você.


Ben-Hur - Olhe para você!


Ben-Hur - Quando eu soube que voltaria um tribuno fiz um brinde a sua saúde.


Messala - Brindaremos novamente.


Messala - Depois de tanto tempo ainda somos íntimos.


Ben-Hur - Em todos os aspectos.


Messala - Espero que sim.


Ben-Hur - Eu sei.


Ben-Hur - Você é um romano e eu um judeu, cuja vida, um dia, você salvou.


Messala - Foi a melhor coisa que já fiz.


Messala - Judah, devemos acreditar um no outro. Brindaremos a isso?


Ben-Hur - Com todo o meu coração.


O tal brinde é feito olhando nos olhos e braços entrelaçados, como um casal recém-casados (veja a foto acima!). Esta seqüencia dura 7 minutos e 6 segundos.

Mas, o motivo que me levou a querer revê-lo foi a passagem do nascimento de Jesus. De todos os filmes sobre o nascimento do Cristo, nenhum tem a grandiosidade nem a singela beleza do acontecimento como este filme dirigido por William Wyler. Realmente emocionante: o cenário, a paisagem - o filme foi quase todo rodado na Itália: Roma, Frosinone, Lazio. Mas, há filmagens nos estúdios da Metro em Culver City, California - a música, os pastores curiosos, a reação dos animais, a reverência dos magos... Recomendo! (FCB)

NOTA: A corrida de bigas ficou a cargo do fordiano Yakima Canutt (1895–1986) como diretor da segunda unidade. Reza a lenda que ele treinou os cavalos, um a um, por três meses: “personalidade” de cada animal, as posições certas, durante a corrida que levou seis meses para ser totalmente concluída - mas, no filme, não dura mais do que 12 minutos. Seus Filhos Tap Canutt e Joe Canutt (Harry Joe Canutt), que dublou Charlton Heston na “pega” com Stephen Boyd, este dublado por Joe Yrigoyen (1910–1998). Outro astro da “Ford company”, presente no filme, é Cliff Lyons (1901–1974).

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