sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

COADJUVANTES IRRACIONAIS

“Não fiz vinte anos de teatro para contracenar com irracionais.” Esta ridícula e infeliz frase foi dita em abril de 1996, pela atriz Andréa Beltrão, e por si só mostra o nível de mediocridade da moça, que na época fazia uma novela da TV Globo chamada “Vira-lata”, onde atuava ao lado de cães.

Sem citar os inúmeros cavalos, fico imaginando John Wayne (1907-1979), por exemplo – um dos maiores astros da constelação hollywoodiana – com quantos “irracionais” trabalhou. Lembro, em particular, do passarinho em uma gaiola no filme “A Longa Viagem de Volta” (The Long Voyage Home/1941); de John Ford (1895-1973). O fiel - e sempre alerta, na luta contra os apaches - cão do mestiço Hondo Lane em “Hondo – Caminhos Ásperos” (Hondo/1953); de John Farrow (1904–1963). A obediente e companheira “Mabel”, a mula do filme “A Lenda dos Desaparecidos” (Legend of the Lost/1957), de Henry Hathaway (1898–1985), que testemunhou seu dono Joe January (Wayne) trocar tapas com Paul Bonnard (Rossano Brazzi) (1916–1994) pelo amor de Dita (Sophia Loren) - vale lembrar que foi "Mabel", quem, cavando as escaldantes areias do deserto do Sahara, encontrou água. A água que salvaria da morte January e Dita.

No filme "Hatari!" (idem/1962); de Howard Hawks (1896–1977). John Wayne contracenou com vários animais selvagens – elefantes, girafas, tigres, leões, gnus. Em “Bravura Indômita” (True Grit/1969); também de Henry Hathaway, o animal de estimação do Marshall Reuben J. 'Rooster' Cogburn (Wayne) é um gordo e preguiçoso gato - aliás, tão gordo quanto o dono –, que ele alimenta com ratos, para desespero de Kim Darby. Na verdade, não só o “Duque”, mas, tantos outros atores e atrizes estiveram atuando ao lado de animais. Hollywood sempre teve, e sempre terá, em seu quadro de elenco os “irracionais”. Pois eles fazem parte da nossa vida no dia-a-dia.

Realmente, a frase da atriz brasileira foi de assombrosa bizarrice. (FCB)

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