sábado, 22 de janeiro de 2011

A MULHER NEGRA NO CINEMA AMERICANO

Quando a bonita Shari Headley apareceu no fime “Um Príncipe em Nova York” (Coming to America /1988); de John Landis, outra, de exótica beleza já havia encantado o mundo do cinema: Mae Mercer (1932-2008). O filme era “O Estranho que Nós Amamos” (The Beguiled/1971); de Don Siegel (1912–1991). E foi preciso a linda escrava se armar de faca para intimidar Clint Eastwood a não dá um “bote” sobre ela. Sua filmografia é pequena - a maioria dos seus trabalhos foram séries de TV - mas, sua voz rouca tornou-a a "Great Dame Mercer" do blues e do jazz do sul dos Estados Unidos.

E antes de Mercer tivemos o encanto de Dorothy Dandridge (1922–1965) no clássico “A Ilha dos Trópicos” (Island in the Sun/1957); de Robert Rossen (1908–1966). Já a jamaicana Grace Jones teve sua estréia no filme italiano “Quelli della calibro 38” (1976); de Massimo Dallamano (1917–1976), mas, sua marca ficou no filme “007 - Na Mira dos Assassinos” (A View to a Kill/1985); de John Glen. Outra “poderosa” foi Tina Turner: o filme era “Mad Max” (Mad Max Beyond Thunderdome /1985); de George Miller e George Ogilvie, contudo é bom lembrar que Turner teve sua “primeira vez” no filme “Gimme Shelter “ (1970); de Albert Maysles, David Maysles (1931–1987) e Charlotte Zwerin (1931–2004). Conhecemos Whoopi Goldberg por suas engraçadas atuações em filmes como “Ghost - Do Outro Lado da Vida” (Ghost/1990); de Jerry Zucker, “Mudança de Hábito” (Sister Act/1992); de Emile Ardolino (1943–1993). Curiosamente seu grande desenpenho é um drama: “A Cor Púrpura” (The Color Purple/1985); de Steven Spielberg.

Outro talento, e beleza marcante, voz do jezz foi Lena Horne (1917–2010). Brilhou na Broadway - onde foi estrela de primeira grandeza (ganhou um Tony, em 1981, por The Lady and Her Music). Em Hollywood não fez por menos. Estrelou clássicos como “Uma Cabana no Céu" (Cabin in the Sky/1942), de Vincente Minelli 91903-1986); Viva a Folia (Broadway Rhythm/1944), de Roy Del Ruth (1893–1961), e O Mágico Inesquecível (The Wiz/1978), de Sidney Lumet – onde contracenou com Michael Jackson (1958-2009) e Diana Ross – entre outros. Dizem que por ser mulata, e sua pele clara, Lana era impedida de beijar outros atores negros nos filmes. Eles eram muito mais escuros e alguém na platéia poderia pensar que era um beijo entre uma branca e um negro.

Mesmo sendo filha da burguesia negra do Brooklyn, a garota tinha fortes posições, pelos direitos Civis, firmes. E por causa de sua ligação com o cantor Paul Robeson - perseguido pelo macarthismo – Lana ficou sete anos na lista negra da televisão, só quebrada em 1959, quando Frank Sinatra a levou a seu programa. Louis B. Mayer, chefão da Metro, a queria contracenando com Clark Gable nos filmes, mas, por causa das pressões racistas da época, nunca consegiu realizar a façanha. Entretanto sustentou o contrato da moça durante sete anos. Na II Guerra, durante uma apresentação as tropas aliadas, viu os soldados negros empoleirados no fundo da caserna, Lena atravessou o auditório branco e foi cantar primeiro para eles. Depois disso a retiraram do front. É de Ruy Castro esta definição: “ela era negra, linda e inacessível".

Estas e outras atrizes, negras, deram grandes contribuições ao mundo da Sétima Arte. Umas pela beleza, outras pelo talento. Não esqueçamos a importância de Hattie McDaniel (1892-1952) no seu inesquecível papel de “Mammy” - a dedicada serva de Scarlett O’Hara (Vivien Leigh (1913–1967) no filme “...E O Vento Levou” (Gone with the Wind/1939); de Victor Fleming (1889–1949), George Cukor (1899–1983), e Sam Wood (1883–1949). Por seu inigualável desempenho, McDaniel levou um merecido Oscar para sua casa.

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