sábado, 20 de março de 2010

FESS PARKER: A NOTÍCIA QUE EU NÃO GOSTARIA DE TER RECEBIDO

Semana passada meu colega de filatelia e cinema, Wilson Roberto me enviou um link com a notícia da morte do ator Fess Parker. O que me trouxe uma grande comoção. Muito maior do que a perda de alguns parentes já falecidos.

Corriam os anos 60 e toda tarde eu via os seriados da TV Tupi: As Aventuras de Rin-Tin-Tin; Daniel Boone, Zorro, Perdidos no Espaço, Viagem Ao Fundo do Mar, A Noviça Voadora, Terra de Gigantes, A Feiticeira, Daktari, Jeannie é um Gênio, O Túnel do Tempo, Os Monkess, Batman - "POW, BANG e ZAP". Nunca fui bom em Nacional Kid e muito menos em Jornada nas Etrelas - apesar de simpatizar com o Capitão Spock e do Dr. McCoy. Também via Bonanza, Paladino do Oeste, e Tarzan, com Ron Ely. As imagens, em preto e branco, vinham do Recife e aqui chegavam com péssima qualidade visual. Naquela época aparelho de TV era “bicho do outro mundo”. Para se ter uma idéia, em minha rua - Santa Luzia - de mais de 40 casas só duas ou três ostentavam uma “canarinho ABC”. Que era muito diferente dos aparelhos de hoje: era um móvel da casa. Ficava na sala. A meninada sentava em tudo que era espaço disponível – outros se penduravam nas janelas – e todos esperávamos, com ansiedade, o narrador anunciar: “Fox filmes do Brasil, apresenta... Fess Parker em, Daniel Boone”. Em seguida a inesquecível música tema “Daniel Boone was a man, /Yes, a big man! /And he fought for America /To make all Americans free!...”

Em minhas fantasias, junto com a garotada do bairro das quintas e Bairro Nordeste, eu recriava as aventuras de Boone. E, assim como o jornalista Alex Medeiros, também transformei uma velha camisa de escoteiro em um colete para “viver” o personagem de Mingo. Foi fácil. Eu mesmo recortei as mangas e: estava pronta a vestimenta indígena. De uma ripa fiz uma espécie de espingarda de soca, adaptada – Aliás, eu até imitava o som da arma: “pitchicôôôuu” - para a brincadeira e saia dando tiro como o diabo. O pior é que nenhum dos meninos “alvejado” queria “morrer”.

Fess Parker foi o meu primeiro ídolo da telinha, na pele de Daniel Boone (1734-1820): ético, coerente, sensato, preocupado com questões de cidadania, totalmente voltado para sua comunidade. Desbravador do Kentucky. Um dos 50 estados dos Estados Unidos da América. A série foi produzida pela Twenty Century-Fox para o canal NBC e teve 159 episódios (entre 1964-1970) e trazia no elenco Fess Parker (Daniel Boone); a estonteante Patricia Blair, (Rebeca Boone. Minha primeira grande paixão ruiva), Ed Ames (Mingo), Darby Hinton (Israel Boone), Dal McKennon (Cincinnatus), Veronica Cartwright (Jemina Boone), Robert Logan (Jericho Jones), Kurt Russell (Jed ), entre outros. 20 diretores (incluindo o próprio Fess) a dirigiram. Parker fez ainda 40 filmes para a tela grande – entre 1950 e 1974. Alguns faroestes, filmes sobre a II Guerra Mundial e outros. Com John Wayne trabalhou em Geleira dos Inferno (Island in the Sky/1953), de William A. Wellman.

Fess Elisha Parker, Jr. nasceu em 16 de agosto de 1924, em Fort Worth, Texas. Faleceu no último dia 18, em Santa Ynez, Califórnia. A última vez que havia tido notícias suas foi a cerca de 10 anos. Sabia que havia se dedicado a plantar uvas e produzir vinho, no Vale de Santa Bárbara, na Califórnia. Morreu de causas naturais, em casa, em paz, como sempre viveu.

Na parede do meu quarto continuará pendurada a sua foto (vestido de Daniel Boone), ao lado de John Wayne e Ava Gardner. Ficam meus sinceros sentimentos...

Um comentário:

Anônimo disse...

Legal que muitas dessas séries que você citou passam hoje em dia no canal Rede Brasil à tardezinha e à noite. Vejo pelo satélite (Claro TV) mas também tem online em http://rbtv.com.br/