quinta-feira, 8 de maio de 2008

REVISTA TEX

Em junho de 2003, depois de mais de 20 anos, eu volte a ler uma revista Tex. A de nº. 400- Edição Comemorativa.

Corria o ano de 1971. Aos 10 anos conheci Tex em uma banca das lojas 4/400 (Quatro Quatrocentos); depois Lojas Brasileiras. A revista era a de nº. 1; O SÍGNO DA SERPENTE. Depois a nº. 2; VINGANÇA DE ÍNDIA, a nº. 3; A BATALHA DE SILVER BELL e a nº. 4; FORTE APACHE. Perdi o contato só reencontrando-a em 1977, já com a Segunda Edição, quando passei a colecioná-la. E o fiz até o nº. 112; EL MUERTO. Em seguida a Editora Vecchi passou o domínio da publicação para a Editora Rio Gráfica (depois Globo). Então começou a “moda” onde o leitor era obrigado a comprar três ou quatro revistas só para concluir uma única história. O que ocorre até hoje (fato raro, no passado). Foi aí que percebi “a força da grana que ergue e destrói coisas belas...”.

Aprendi muito com as Revistas Tex. Parte dos meus conhecimentos sobre os Estados Unidos da América, eu devo a essa revista: costumes e tradições, cidades e regiões, personagens da História Americana, etcetera.

Algumas histórias eu me recordo com carinho: as de nºs. * 2 - VINGANÇA DE ÍNDIA: *4 - FORTE APACHE, 8 - HORDA SELVAGEM, 10 - A FLEXA NEGRA, 15 - TRAIÇÃO NA TRILHA DO OURO, 16 - TERRITÓRIO APACHE, 29 - CINCO FUGITIVOS DO INFERNO, 34 - NAVAJOS EM PÉ DE GUERRA, 36 - A FABULOSA CIDADE DO OURO, 50/51/52 - FLEXAS PRETAS ASSASSINAS / TAMBORES DE GUERRA / NA POLÍCIA MONTADA, *56/57 - A VINGANÇA DE APACHE KID / O DESTINO DE UM BRAVO, (a inesquecível) 58 - A NOITE DOS ASSASINOS, 66/67 - FANTASMAS NO DESERTO / A VINGANÇA DOS TUARÉG, 70 - OS CAÇADORES DE ESCALPOS, 71 - ASSALTO AO TREM, (as excelentes) 72/73 - TEXAS BILL / DESFILADEIRO DO DIABO, 74/75 - NA FRONTEIRA DO COLORADO / PISTOLEIRO DE LAREDO, 76 - O TESOURO DO TEMPLO, 95/96/97 - TERRA PROMETIDA / CHEYENNES / KENTO NÃO PERDOA 107/108/109/110 - O GRANDE GOLPE / EM NOME DA LEI / A CELA DA MORTE / A SOMBRA DO PATÍBULO e, finalmente, a nº. 112 - EL MUERTO. Há outras interessantes, mas, essas são as de minha preferência.

Tex Willer sempre esteve acompanhado de seus inseparáveis companheiros Kit Carson, Jack Tigre (um navajo) e seu filho Kit Willer. Mas, como esquecer seus eventuais companheiros de aventuras, os infernais Jim Brandon, capitão da Real Polícia Montada do Canadá, Pat Mac Ryan, o irlandês, e Gros-Jean? Ah, o Bruxo Mouro e seu (esquisitíssimo) assistente Eusébio, alguns chefes índios, rancheiros, xerifes, soldados da cavalaria, entre outros...

Das “400 Capas” a de minha preferência é a do nº. 73: DESFILADEIRO DO DIABO. O título que mais gosto é o do nº. 64: OS SINOS DOBRAM POR LUCERO. Minha história preferida é a de nº. 2: VINGANÇA DE ÍNDIA. Pois trata de um fato da História dos Estados Unidos, quando o general George Armstrong Custer (1839-1876) destruiu covardemente, com seu 7º de Cavalaria, a pacífica aldeia de Chaleira Preta (Black Kettler), em 1868. Na revista Custer é vivido pelo coronel T. H. Arlington, um louco saído de West Point “com fome de glória e um montão de preconceitos que trás nas costas!” Chaleira Preta é vivido por Alce-Preto, o valoroso chefe dos uthas, que de joelhos e ferido de morte, sob a artilharia dos “Casacos Azuis”, ergue bandeira americana, em trapos; depois de ver que um tratado de paz fora quebrado, grita: "Malditos sejam, Caras-Pálidas! Vossa palavra não vale mais do que fumaça no ar!" Os índios de Chaleira Preta foram vingados em 26 de junho de 1876, na Batalha de Little Big Horn, onde Custer foi humilhadamente derrotado por sioux e cheyennes; liderados por Touro Sentado, Cavalo Doido e Galha. Na revista, Alce-Preto e sua gente, é vingado quando Arlington, viajando ema um diligência, em trajes civis, já destituído do posto de coronel, é atacado por um pequeno grupo de índios, liderados por Nashya, filha de Nuvem-Vermelha, esposa de Shedar - Guerreiro que morreu sob a explosões do “grande fuzil trovejante” de Arlington.

A Tex 400 –Edição Comemorativa - veio com um atrativo diferente. Refiro-me em particular ao fato de ser colorida (eu prefiro em preto-e-branco) e com um suplemento de todas as 400 Capas publicadas. Mas o que muito me agradou foi o cenário da história HOMENS EM FUGA, totalmente ambientado no mundo “fordiano” do Monument Valley. Dos 141 filmes do mestre John Ford, 9 foram rodados na Terra Sagrada dos Navajos, que solenemente o chamavam de Natami Nez – O Alto Chefe. É possível ver cenas de Sangue de Herói (Fort Apache; 1948), na página 23. Rastros de Ódio (The Searchers; 1956), na página 24. Legião Invencível (She Wore a Yellow Ribbon; 1949), na página 52. Detalhe: só um autêntico “fordiano” é capaz de captar, com coerência, essas cenas de inigualáveis belezas, que Deus, em seu infinito poder de criação, nos presenteou para que poetas de grandeza de Ford e de um Giovanni Ticci dessem vida em nós leitores. Sim, porque ao abrirmos a revista, personagens e paisagens se descortinam em vida, em nossa imaginação... (FCB)

Nenhum comentário: